quinta-feira, 24 de junho de 2010

A professora e o medo

A um tempo atrás, uma professora de Português de um curso pré-vestibular pediu para que escrevêssemos sobre o medo, qualquer forma do medo. Percebi que antes mesmo de escrever sobre o "medo" eu já havia me acovardado diante desse sentimento.
Tinha a necessidade de que, ela enquanto professora, me avaliasse detalhadamente cada parágrafo, tin tin por tin tin, sem que deixasse passar qualquer erro, por mínimo que fosse. Pois a professora fazia justamente isso, o serviço que a  ela era prazeroso só tornava-se um martírio pra mim. Eu detestava a idéia de que ela poderia encontra um defeito tremendo, uma falha imperdoável. Eu tive medo.
Tive medo e não fiz a tal redação. Pergunto-me qual seria a reação da professora ao ler que meu maior medo, naquele momento, era enfrentar suas duras correções em nível de vestibular. Na minha opinião, o medo é um dos sentimentos mais simples de se compreender, temos medos de coisas com ir ao dentista, de insetos grotescos, de que nosso clube do coração seja rebaixado, medo de perder quem amamos, o que realmente temos aversão é do inusitado, se você nunca amou provavelmente terá medo de amar.
Por todos esses aspectos constato que, minha professora entenderia perfeitamente a minha posição diante do medo e ainda assim não deixaria de avaliar rigidamente minha dissertação. A minha covardia em questão ocorreu não pela redação e tuas regras e sim "medo" do tema proposto, o próprio medo.

"E se for medo? Devo confessar que sim, tenho medo de amar você. Por saber, mais que você, o quão efêmero é tudo isso. Acordar e perceber que passou, foi só um momento e devo encarar como passageiro." Jessica Belchior

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